Adapar alerta sobre importância da vacinação contra brucelose, doença endêmica no Paraná

A doença é causada pela bactéria B. abortus e pode ser transmitida para seres humanos.

18/05/2022 16H46

(Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN)

A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) alerta sobre a necessidade de vacinar o rebanho bovino e bubalino contra a brucelose, imunização que pode ser feita em qualquer período do ano. A doença é causada pela bactéria B. abortus e pode ser transmitida para seres humanos.

O abortamento é o principal sinal, e ocorre geralmente no último terço da gestação. Outros indicativos da doença são o nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, corrimento vaginal, inflamação das articulações e inflamação dos testículos.

A brucelose bovina é endêmica no Paraná e as perdas econômicas são expressivas. Ocorre queda da produtividade, ou seja, menor produção de leite, além de baixos índices reprodutivos, aumento no intervalo entre partos, morte de bezerros precocemente e perda de animais.

“Assim como a campanha de atualização de rebanhos é necessária para melhor conhecimento, rastreabilidade e análises de risco no Paraná, a comprovação da vacinação contra brucelose é necessária e obrigatória para a manutenção da sanidade do rebanho bovino e bubalino e para a diminuição da prevalência da doença”, disse a coordenadora do programa, médica veterinária Elenice Amorim. 

VACINAÇÃO 

Uma das principais medidas de controle da brucelose bovina é a vacinação. Fêmeas entre três e oito meses de idade devem ser vacinadas obrigatoriamente (Portaria nº 305/2017) e deve ser comprovada a aplicação, uma vez por semestre. No Brasil, é permitida a utilização das vacinas B-19 ou RB-51 (Vacina Não Indutora de Anticorpos Aglutinantes). A B-19 é atualmente a mais utilizada devido ao menor custo.

A vacinação deve ser feita corretamente sob a responsabilidade de um médico veterinário cadastrado na Adapar, e o uso de equipamento de proteção individual (EPI) é fundamental para o vacinador, para evitar acidentes. Segundo a Adapar, propriedades não regulares com a vacinação contra brucelose ficam impedidas de movimentar animais (emissão de GTA) para qualquer finalidade.

TRANSMISSÃO 

A brucelose bovina é transmitida principalmente pela ingestão de pastagem contaminada pela urina de bovinos doentes, restos fetais e de placenta. A doença pode ser introduzida em um rebanho sadio, pela aquisição de bovinos infectados. Por esse motivo, é importante a realização de quarentena e de novos exames para que os animais possam ser incorporados ao rebanho.

Exames periódicos fazem parte da estratégia de controle da doença. Para as fêmeas que receberam a vacina B19, os exames podem ser feitos com idade superior a 24 meses. As bezerras vacinadas com a RB-51 e os animais machos podem ser submetidos ao exame a partir dos oito meses de idade, quando não apresentarão anticorpos colostrais, que podem influenciar no resultado dos exames, ocasionando falsos positivos.

INFORMAÇÃO 

Nos casos de animais reagentes no teste de triagem, a Adapar deve ser imediatamente notificada para tomada de medidas de confirmação e controle. A notificação precisa ser feita pelo médico veterinário habilitado que realizou os testes diagnósticos, em até 24 horas após a leitura.

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