Ambulatório de Feridas da Unicentro inicia tratamento inovador com terapia regenerativa

O primeiro atendimento com a nova técnica já trouxe resultados positivos

10/09/2025 15H23

O Ambulatório de Feridas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), localizado no Câmpus Cedeteg, deu um importante passo no cuidado de pacientes com feridas crônicas ao iniciar um novo protocolo de tratamento com a aplicação da fibrina rica em plaquetas (PRF), técnica reconhecida por acelerar o processo de cicatrização e regeneração de tecidos.

A inovação foi viabilizada graças à parceria com o cirurgião-dentista Everton Salante, que disponibilizou ao ambulatório uma centrífuga específica para obtenção do PRF a partir do sangue do próprio paciente. O método se destaca por liberar fatores de crescimento e citocinas, estimular a formação de novos vasos sanguíneos e modular a inflamação, promovendo reparação mais rápida e eficaz das lesões. Esses benefícios fazem dele uma estratégia inovadora no tratamento de feridas crônicas, agregando qualidade e eficiência à assistência prestada.

Segundo a coordenadora do ambulatório e professora do Departamento de Enfermagem da Unicentro, Carine Sangaleti Miyahara, a PRF é a terapia regenerativa mais avançada disponível atualmente no tratamento de feridas crônicas. “Através dessa parceria com o doutor Everton é possível oferecer tratamento de altíssima qualidade a nossos pacientes, que, sem dúvida, são os maiores beneficiados com esse avanço”, ressaltou.

O uso do PRF está alinhado com as normas do Conselho Federal de Enfermagem e com uma resolução recente do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná, que autoriza a atuação dos enfermeiros na área regenerativa utilizando concentrados sanguíneos de uso exclusivamente autólogo — que provém do próprio paciente — e obtidos por manipulação mínima.

A também professora do Departamento de Enfermagem e enfermeira do ambulatório, Leticia Gramazio Soares, explica que os benefícios da terapia se estendem muito além da cicatrização. “O tecido regenerado com o suporte do PRF tende a apresentar maior resistência mecânica, melhor integração com os tecidos adjacentes e menor formação de fibrose. Isso significa que o paciente tem menos recidivas e uma funcionalidade mais próxima ao tecido original”, pontou.

O primeiro atendimento com a nova técnica já trouxe resultados positivos. O paciente Vilmar Moreira, que convive há mais de um ano com uma ferida no tornozelo causada pelo diabetes, relatou mudanças após a primeira aplicação.  “Antes da primeira sessão, minha perna apenas formigava, eu quase não a sentia. Depois da primeira sessão, eu comecei a sentir um ardido na pele, o que significa que ela está melhorando”. A esposa de Vilmar, Sônia Moreira, conta que antes do tratamento a ferida do tornozelo era maior e mais profunda. “É muito bom ver essa melhora. Antes tínhamos dificuldade em cuidar da ferida, nada a curava, e agora ela está menos profunda”.

Além dos atendimentos, beneficiando outros pacientes como Vilmar, a centrífuga será utilizada em atividades de ensino e pesquisa, possibilitando o aprimoramento contínuo da técnica.

(Por Mylena Camargo, com supervisão de Giovani Ciquelero)

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