Projeto da Unicentro que produz etanol a partir de sementes de seringueira é premiado com R$ 200 mil
A expectativa é que a inovação traga uma nova matéria-prima para a produção de etanol em escala industrial
Um projeto inovador da Unicentro, que transforma sementes de seringueira em etanol, foi um dos vencedores do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), uma iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Fundação Araucária e o Sebrae/PR. Coordenado pelo professor André Lazarin Gallina, do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia, o projeto foi premiado com R$ 200 mil, que serão destinados ao desenvolvimento da tecnologia e sua aplicação em escala industrial.
O projeto é resultado de uma colaboração entre a universidade e a empresa Kaiser Agro, que desde 2018 busca soluções para o aproveitamento das sementes de seringueira, um resíduo florestal sem aplicação até então. “Essa empresa de São Paulo procurou a gente porque tinha esses problemas com a semente, que eles não sabiam o que fazer, e um dos projetos que a gente desenvolveu foi o etanol de seringueira”, explicou o professor André.
Professores e alunos da Unicentro e da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) integram a equipe de desenvolvimento. O projeto busca, com o apoio da premiação, avançar da escala laboratorial para a produção industrial, contando com uma parceria local. “A gente viu no Prime a oportunidade de escalar esse produto. Nós encontramos, aqui em Guarapuava, uma empresa que estará produzindo etanol para ser parceiro e as coisas foram acontecendo”, ressaltou André.
O valor da premiação será utilizado principalmente para a compra de reagentes e outros insumos necessários para os testes de escalabilidade, além do custeio de bolsas de pesquisa e na aquisição de equipamentos. A ideia é fazer essa transição utilizando a estrutura da empresa parceira, a Cerealista Agro Ruiz, com o objetivo de sair do tamanho experimental e alcançar um estágio industrial.
A participação no Prime também proporcionou ao projeto uma mentoria especializada e consultorias em inovação e mercado. Para o professor André, essa foi uma parte fundamental para preparar o projeto para o mercado. “A mentoria foi bem importante para entender o processo e para que a gente chegasse ao mercado com todos os dados que ele necessita para avaliar se aquela tecnologia é interessante ou não de se colocar no mercado”.
IMPACTO
A expectativa é que a inovação traga uma nova matéria-prima para a produção de etanol em escala industrial, oferecendo uma alternativa à cana-de-açúcar e potencialmente reduzindo o custo do biocombustível. A aplicação das sementes de seringueira pode não apenas ampliar as fontes de matéria-prima, mas também gerar novos ciclos econômicos para produtores de látex, como destacou o professor: “Vai gerar valor para a semente de seringueira e para quem faz a sangria da seringueira para produzir látex, que poderá ter outra fonte de renda com a coleta dessas sementes, então é um projeto que gira outros ciclos econômicos de látex e etanol”, disse André.
Além do impacto econômico, o projeto também terá um reflexo social positivo, além de envolver alunos e pesquisadores da Unicentro e fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis no setor energético. Para o futuro, André Gallina espera que o sucesso do projeto traga royalties que possam ser reinvestidos na universidade, estimulando novos projetos. “O que a gente espera é conseguir ter sucesso nesse processo de escalonamento da tecnologia para que, de fato, isso chegue no mercado, seja produzido e, com isso, a gente consiga produzir royalties, que sejam utilizados pela pela universidade para fomentar novos projetos, que isso vire uma roda que fique se alimentando”.
Além do professor André Gallina, o projeto de produção de etanol é desenvolvido pelos professores da UFFS: Letiere Soares, Dalila Benvegnú e Fernanda Lima; pelo estudante de pós-graduação em Bioenergia da Unicentro, Giovano Tochetto; e pelos estudantes da UFFS, Gabriel Rohling (Química) e Katharine Braz (Ciências Biológicas).
(Por Giovani Ciquelero)
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